Diante do potencial de expansão do mercado brasileiro de cartões, novas empresas focam em nichos específicos, como o caso da Suppliercard, que utiliza a plataforma de cartões private label — plásticos de uso restrito em uma rede ou loja — para fornecer crédito para pequenas e médias empresas, que são clientes de grandes indústrias dos ramos de alimentação, construção civil, celulose, entre outras. A projeção orçada para 2012 é de R$ 3,4 bilhões em desembolsos, valor 9,7% acima do registrado em 2011, quando somou R$ 2,100 bilhões.
Até junho, os desembolsos atingiram R$ 1,2 bilhão, com patrimônio líquido de R$ 124 milhões, podendo atingir R$ 135 milhões no final de 2012.
No que se refere às receitas líquidas, o valor estimado para este ano é de, aproximadamente, 50% acima do registrado em 2011, de R$ 70 milhões para R$ 105 milhões. Até junho, a receita ficou em R$ 41 milhões.
Já o faturamento acumulado do mercado, até julho, foi de R$ 435,421 bilhões, 20% superior ao totalizado no primeiro semestre de 2011, de acordo com dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs).
Com oito anos de atuação ativa, a Suppliercard, atualmente, é a única fornecedora do produto, no qual os 20 grandes clientes (indústrias) fornecem cartões para varejistas, atacadistas ou distribuidores para a aquisição de insumos. A carteira de PMEs reúne 180 mil companhias.
Produto semelhante de fomente às empresas de pequeno porte é o cartão BNDES, que fornece crédito por intermédio de grandes instituições financeiras. O BNDES possui ainda a liberação de recursos para o Programa Progredir, que financia a cadeia de produção da Petrobras.
Mauro Wulkan, fundador e CEO, detalha que o cliente da indústria não percebe a Suppliecard, já que o produto é personalizado e restrito. “Vira um agente financeiro, mas sem ser, porque fica fora do balanço e a análise do crédito, funding e operação ficam com a Suppliercard”.
Para a pequena e média empresa, detalha Wulkan, a vantagem está no aumento do prazo, limite maior de crédito e acesso a programas de fidelização. Já para a indústria, a venda é recebida à vista, há a geração de novas receitas, além do maior relacionamento com o comprador. “Crédito não deveria ser uma atribuição da indústria. Quando o banco não aparece, terceiriza e foca na produção”, diz Wulkan.
A Supppliercard surgiu em 2003 com a saída do executivo, mais o outro fundador Eduardo Wagner, da Fininvest, financeira do antigo Unibanco. Hoje, a composição acionária é dividida entre Wagner, Wulkan e o grupo Ourinvest, instituição financeira que dá apoio às operações de crédito. Há ainda a participação minoritária do fundo de private equity Pátria Investimentos.
Além da emissão e distribuição dos plásticos, a companhia centraliza também a adquirência física ou online. Ao ser questionado pela opção de desenvolver a tecnologia e não utilizar as empresas, já existentes, como Cielo e Redecard, Wulkan diz que a decisão veio com o custo. “Seria mais caro e teríamos que fazer integrações. O produto não seria viável economicamente se usássemos a adquirência de terceiros”.
Todo o sistema tecnológico leva de quatro a cinco meses para ser implantado e a taxa depende do risco, tíquete médio e capilaridade de clientes da indústria.
Os próximos passos, segundo Mauro Wulkan, incluem a colocação de bandeiras para o uso livre em todo o comércio, conhecido como private label híbrido. “Temos o projeto para o segundo semestre de 2013. Já falamos com as principais bandeiras.
Fonte: DCI